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Hero Call do Rui com QT | Análise com Coach Tiago

3 de Junho, 2022

GG Online Championship final table ruinf pabritz

Os jogadores entraram com um buy-in de $2.625 no evento 28-M High Roller da GG Online Championship.

Chip count no início da mão em análise da FT 

LUGARPOSIÇÃOJOGADORPAÍSBBs
1UTG-1Audrii🇦🇹66.8
2SBPabritz🇧🇷64.2
3BBRui Ferreira🇧🇷58
4UTG-2lekdoidoo🇧🇷40.8
5MP-3Graf Tekkel🇷🇺23.6
6Dealerpooooood🇨🇳22.3
7MP-3LJoseph62🇨🇦19.5
8CODennys Ramos🇧🇷19.3
9MP-1BananenBencb789🇦🇹15.8

No presente artigo, vamos analisar uma mão heads-up que o Rui Ferreira (“RuiNF”) e o Pabritz protagonizaram na Final Table.

Rui ferreira vs Pablo Silva GG Poker Pabritz RuiNF análise

FOR CONTEXT

  • Blinds: nesta altura encontravam-se em 17.500/35.000
  • Stacks:  Rui Ferreira – 58 BB; Pabritz – 64.2 BB
  • Posição: Rui Ferreira – BB; Pabritz – SB.
  • Payouts FT:
    • 1º – $ 124.479,85
    • 2º – $ 93.346,61
    • 3º – $ 70.000,07
    • 4º – $ 52.492,62
    • 5º – $ 39.363,95
    • 6º – $ 29.518,77
    • 7º – $ 22.135,99
    • 8º – $ 16.599,61
    • 9º – $ 12.447,96

Pré Flop

Todos os jogadores fazem fold até chegarmos ao Pabritz que faz Call.

O Rui Ferreira tem QTs ♣️

Pré Flop Análise

O Coach Tiago começa por referir que “Versus Limp nós temos a opção de isolar um size médio à volta de 3BB ou fazer Check Back. Na teoria tanto o Pablo como o Rui têm um Bubble Factor grande, porque cair do torneio nesta fase com tantos shorts na mesa é uma catástrofe comparado ao valor de ganhar fichas, que aumentam em muito pouco o nosso dólar value de ICM. No entanto, o Bubble Factor do Rui é maior (por causa de estar coberto). No entanto, apesar do Pablo cobrir o Rui, também não quer perder o valor da stack toda do Rui e sujeitar-se a ficar com 6BB, que por sua vez, na próxima mão representava ficar com menos de metade dos mais shorts.

Portanto, “o que vai acontecer é que tendenciosamente ambos os jogadores vão diminuir as frequências de raises pre flop comparado a um spot ChipEV, o mesmo vai-se notar pós flop, em que as fichas vão acabar todas lá no meio, muito poucas vezes. Desta forma, com QTs versus o Limp é facilmente uma mão que na teoria ia ser sempre iso para valor. Visto que, o Pabritz nunca vai fazer Limp Shove e raramente vai fazer Limp Raise, por causa das stacks não quererem stackar quase nunca em termos de range pré-flop.”

O Rui opta, assim, por fazer Check.

Quais foram as razões para o Rui ter feito Check back?

“Provavelmente, por achar que o Pabritz em vez de raisar pouca percentagem do range estava a jogar sempre em Limp! Ou seja, isto provavelmente vai diminuir o EV de fazer iso de QTs for value overall.”

Rui ferreira vs Pablo Silva GG Poker Pabritz RuiNF

Flop

No flop temos 4♦️  8♥️  9♥️  e um pot total de 3.2 BB.

Flop Análise

No Flop, inicialmente, o Pablo “Pabritz” Silva opta por fazer check. De seguida, o Rui Ferreira faz bet vs check de (pouco mais de) meio pote – 1.7 BB

Por conseguinte, o Coach, explica que “levámos Check Raise (6 BB) do Pabritz, o que já começa a ser mais uma jogada que não é suposto acontecer muito. Isto porque, a ideia tanto de um jogador como de outro é não meterem lá as fichas todas! Então (do lado do Pabritz), as mãos que beneficiam muito de Check Raise preferem bettar diretamente antes do Rui apostar. No entanto, temos de dar Call! Relativamente, à bet vs miss parece que dá para os dois lados, o EV de checkar deve ser semelhante na teoria. Contudo, explorativamente, betar funciona sempre melhor vs checkar QT, os EVs são iguais.”

Rui ferreira vs Pablo Silva GG Poker Online Championship

Turn

No turn temos 4♦️  8♥️  9♥️  4♣️ e um pot total de 15.2 BB.

Turn Análise

No turn, o vilão aposta ⅓ do pot. O Tiago explica que “como, supostamente, o range do Pabritz é tão pequeno e forte em termos de equity, quando bate uma quadra não muda nada, é como se fosse uma blank! Porque, o Rui raramente vai betar uma quadra no flop quando pode checkar, provavelmente, excluindo A4, K4 ou algumas x. Mas, overall para a maior parte do range do Rui não deu improve!

Sendo assim, “como estamos a jogar com Bubble Factors grandes (por causa de ser FT) os sizes diminuem!

Porquê?

Porque, por exemplo, se aqui teoricamente só fazia sentido usar um size meio gordo, ou overbet ou algo do género, o Pablo não precisa de usar esses sizes para atacar o range que quer que o Rui fold. Por exemplo, 67, QTs ou qualquer outra mão unpaired que tenha feito bet call no flop e não tenha dado improve de equity. Ou seja, o Pablo não precisa de usar um size tão grande como teria que usar ChipEV para deixar esse tipo de mãos indiferentes. Isto porque, o ICM diminui o valor do EV das mãos que são auto fosse vs 33 ou contrário de numa situação de ChipEV que reagiu da mesma maneira só contra um size maior. Por exemplo, usar um size de ⅓ aqui tem muito mais valor em relação a usar, por exemplo, o 66% que é muito mais utilizado no ChipEV.

Resumindo, do que o Tiago avaliou “o Pablo deveria betar quase sempre, isto na teoria!”.

Na teoria parece ser um Fold por todas estas razões. Se fosse ChipEV contra ⅓ dávamos call. Neste caso, não seria assim por várias razões:

  1. Quando nos bate straight nunca vamos raisar, pois a board já está dobrada e não podemos correr o risco de fazer overplay vs fullhouses devido aos bubble factors. Por isso, este extra value que aconteceria num caso ChipEV de dar call e ir all in no caso de bater straight for value, não existe.
  1. Depois, provavelmente, o range de check raise é muito forte em termos de equity contra QT. Na teoria é mais provável check raisar: KT e AT com uma copa; ou JT, neste caso, é bom para nós mas overall o range dele vai ter mais equity do que estar a raisar 56 – mão do vilão. 

Ainda assim, o Rui optou por dar call!

Rui ferreira vs Pablo Silva GG Poker

River

No river temos 4♦️  8♥️  9♥️  4♣️  8♠️  e o pot total sobe para 25.2 BB.

River Análise

No river bate um 8♠️. 

Nesta situação o Coach Tiago, explica que “temos de ir buscar o teorema de que: primeiro, nunca haverá all-ins, mas que facilmente haveria se estivéssemos a jogar ChipEV; segundo, nunca haverá raises sem ser com nut full houses, por exemplo, quando o Pablo beta meio pote (12.5 BB) o Rui não vai all-in com A8, por causa do risco premium de levar um cooler contra 9’s, 98 ou contra quadras; terceiro, o Pabritz vai sempre preferir usar um size de meio pote ao contrário de um size polarizado fora de posição. Pois, um size médio chega para deixar os EVs das mãos de hero call do Rui perto de 0 e o vilão ip tem todos os stone nuts possíveis que ganham mesmo vs um full house do vilão de 88s por 44s.

O Tiago refere que, alguns argumentos que podemos ter em consideração para este hero call, são o Rui achar que o Pabritz:

  • pode estar a tentar explorá-lo a fazer over xr desde o flop;
  • tem dificuldades a jogar potes grandes com estes bubble factors e é fácil chegar ao river e bluffar sempre uma mão com 56 que já vem com frequências descontroladas do flop;
  • muito improvavelmente, terá um 4 ou 8, a não ser que sejam dois pares no flop, sendo que o range de valor do vilão será condensado a A9, K9, T’s, J’s e Q’s;
  • pode estar a jogar “a gozar”, isto é, está a jogar mais agressivo do que aquilo que devia, e não controla as frequências no river.

Resumidamente…

Estão ambos a tentarem-se explorar um ao outro! A única diferença é que o Rui está só a explorar o facto do Pabritz estar a tentar explorá-lo! Claramente, 56 não é um bom raise! Uma vez que tem muito má equity, isto é, contra maior parte do range do Rui.” E, ainda, “teoricamente falando dificilmente o Pablo estará a bluffar alguma coisa melhor do que a nossa. Sendo que, na prática, no River o vilão não vai bluffar uma mão melhor e não vai controlar as frequências de bluff que aumentou no range do flop.”

Ao fim de cerca de 1 minuto, vão a showdown, o Rui dá hero call e leva o pot total de 50.2 BB, que por sua vez o faz saltar para a liderança do torneio.

Um agradecimento especial ao nosso Coach Tiago pela sua disponibilidade e prontidão.

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