🎤 Nando: Como é que me tornei jogador de poker?

A grande maioria dos jogadores de poker, a determinada altura da sua vida, decidiram não seguir o dito caminho normal de arranjar um emprego das 9h às 18h com um salário fixo. Isto é, decidiram embarcar numa carreira fora do comum e partiram à aventura que é ser poker player profissional. 

Para o segundo artigo da rubrica trazemos o Head Coach da Academy e Jogador que se destaca pela sua paixão ao poker e responsabilidade. Vamos lá, então, perceber “Como é que ser Jogador de Poker” mudou a sua vida. Sendo que, para isso, precisamos de ficar a conhecer melhor a história do Fernando Ferreira, jogador profissional de poker português e Head Coach da Team MTT da Polarize Poker, conhecido no universo do poker por ”Squeezamos”, tem 29 anos e é natural de Santa Maria de Lamas.

Quando é que começou a jogar poker:

O poker entrou na sua vida por volta do ano 2010 “jogava com os meus amigos nos intervalos da escola” mas, “só comecei a jogar mais a sério por volta de outubro de 2015”.

Quando é que se tornou jogador profissional de poker:

O Fernando revela que em agosto de 2015 fez uma viagem que mudou a sua vida. Foi para a República Checa para ajudar o “RuiNF”, “Mojo_9_Iggy”, “RmGil” e “Zagazaur”, sendo que nesse mesmo ano tornou-se jogador profissional de poker.

O que é que faziasantes de se tornar jogador profissional:

O nosso Head Coach revela que “tirei licenciatura em Turismo na Universidade de Coimbra e depois vim para Aveiro para tirar o mestrado”. Contudo, conta que não terminou o mestrado, trabalhou em alguns bares e cafés e, mais tarde, ingressou numa empresa de estatísticas desportivas como analista de dados. Conta que “deixei de trabalhar para esta empresa em maio de 2015 e nessa altura juntei-me ao Rui Ferreira para o ajudar com questões burocráticas e administrativas, na altura em que o mercado do poker fechou”. 

Porque é que decidiu tornar-se jogador de Poker a full time:

O nosso jogador revela que “tinha amigos e o seu primo (RuiNF) que eram profissionais de poker, e sempre me fascinou a maneira como viviam e trabalhavam, aliado à liberdade de horários, experiência e localização.”. Portanto, foi bastante natural a decisão de se tornar poker player profissional a full time. 

Quais foram os jogos/torneios mais importantes da sua carreira:

Os momentos mais importantes da carreira do Fernando foram “quando ganhei a primeira Winamax Series, em 2017, e um WCOOP, em 2019”. 

O que é que todo o Bom Profissional de poker deve evitar:

O Fernando “sequeezamos” Ferreira refere que “o que deve FAZER é olhar para a nossa profissão com respeito e profissionalismo”.

O que é necessário para se ser um bom profissional de poker?

“O mais importante é tentar traçar objetivos tangíveis! Tentar criar uma rotina que nos permita estudar aquilo que mais nos falta aprender. Ou seja, diria que são necessárias duas fases: primeiro, identificar o que é que é preciso fazer; e, depois, traçar o plano que permita executar o primeiro passo”.

Sabias que? Teres um bom setup de trabalho influencia a tua performance como jogador de poker. Lê o artigo “Setup de Poker: 6 dicas do Nando para montares o teu”.

Como foi a tua primeira Downswing?

O Nando contou que “A minha primeira downswing não foi grande em termos monetários, mas foi grande em termos de tempo. Geralmente, gera bastantes dúvidas no nosso valor quando estamos a perder durante um grande período de tempo. E, sem dúvida que este foi um desafio bastante grande, que depois de ultrapassado deu-me mais armas para as swings seguintes.”

Como é a tua rotina num dia de jogo?

“A minha rotina passa por:

• Acordar;
• Exercício durante 20-30 minutos, diariamente;
• Vou buscar almoço;
• Ao início da tarde tenho algum tipo de atividade, seja, dar aulas, warm up e/ou reuniões;
• Almoço entre as 15h e 16h;
• Treino um bocadinho de guitarra;
• Começo a jogar por volta das 18h (warm up de, aproximadamente, 30min)

O que te dá mais prazer como Coach?

“É entender que estou a transmitir algo que os meus alunos vão conseguir pegar e tirar para o seu benefício. Penso que de certa forma seja uma forma mais altruísta de viver o poker.”.

Após este resumo fizemos as seguintes perguntas ao nosso Head Coach e Jogador. 

Como é que te sentiste ao receber o convite para seres Head Coach da Polarize Academy?

“Senti uma grande valorização do meu trabalho como Coach e, ao mesmo tempo, uma grande responsabilidade.”  

Lembras-te do que sentiste na altura em que assumiste o projeto Team Micro?

“Na altura, a nível pessoal a Team Micro foi um convite mais inesperado, porque eu ainda era bastante pouco experiente como Coach e encabeçar assim um projeto foi muito desafiante! Sem dúvida, que o projeto Team Micro teve bastante sucesso, ainda temos imensos jogadores que vêm da Polarize desse período. 

Mas, claro, devido à inexperiência, foi um projeto que tinha muitas coisas a melhorar e foi isso que nós tentámos trazer para a Academy.”  

Conta-nos como tem sido a tua experiência como Head Coach? 

“Primeiro ponto, de uma perspectiva mais técnica, quando penso nesta função, força-me a compreender as coisas de uma forma bastante mais aprofundada para conseguir transmitir conhecimento. Ser Coach de forma geral (não só do ponto de vista da Academy), ou seja, dar aulas individuais, warm-ups, é algo que me ajuda bastante a evoluir como jogador.

E, o segundo ponto: é uma experiência muito gratificante ver a malta a superar-se e a escalar limites, e atingir limites até mesmo superiores aos meus. É épico! Este é dos pontos mais importantes, deixa-me bastante orgulhoso e realizado! ”

Pergunta Bónus do “Nélio”: “Quais são as 3 primeiras coisas que um jogador iniciante que entra na Polarize Poker deveria fazer?”

“O que um jogador de poker iniciante que entra para a Polarize deve fazer vai depender de pessoa para pessoa. Uma vez que, as pessoas têm pontos fortes e fracos diferentes, especialmente, de um ponto de vista técnico. Ainda assim, de forma geral, em primeiro lugar, aquilo que eu acho fundamental um jogador de poker ter é uma espécie de micro-planeamento para os seus dias de trabalho e folga. Evita que se gaste muita energia a pensar no que deve fazer a seguir.

Em segundo, tentar entrosar-se com o grupo. Uma das coisas mais fixes de pertencer a uma equipa é viver dentro de uma comunidade. Vai contribuir para terem uma experiência mais rica, feliz e de partilha!

Em terceiro lugar, o jogador deve perceber todos os serviços que a Polarize disponibiliza para o jogador, tais como, Health Coach, Nutrição, Mental Coach, Exercício Físico, etc. Isto vai dar a oportunidade ao jogador de perceber se tem alguma área que gostaria de melhorar e que eventualmente vai ter consequências positivas na sua performance.”

Deixa-nos uma pergunta para fazermos ao Charles na próxima entrevista. 

“Como é que encontras o equilíbrio entre a tua vida familiar e profissional? Isto é, como fazes a gestão de seres pai, Coach e jogador profissional de poker? Seria interessante perceber se tens algum truque para isso!”

Não percas a próxima entrevista com o nosso Coach e Jogador Charles.

Um grande obrigado ao nosso Jogador e Head Coach da Polarize Academy que se destaca pela sua ética, organização, paixão, responsabilidade e o seu sorriso contagiante. Seguidamente, não poderíamos deixar de agradecer ao Podcast “Conversas de Poker”, uma vez que algumas informações foram retiradas daqui.

Se quiseres ficar a saber mais sobre o Nando assiste à entrevista realizada ao jogador, em fevereiro, pelo Diogo Ferreira  — “Quem é este coach?”.